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sábado, 6 de dezembro de 2008

O BONECO


Porque o Natal está à porta, e há tantas crianças em volta, fazendo-nos (re)pensar sobre o valor dos brinquedos...

Um livro sem palavras para crianças e (sobretudo) adultos.


Por Michel Alzéal

A passagem inexorável do tempo condenou ao esquecimento muitos brinquedos de pano, cartão ou madeira, concebidos há anos atrás por mãos artesãs. As crianças de hoje em dia sucumbem perante as luzes, os sons e movimentos de artifícios fabricados à base de sofisticados sistemas tecnológicos. Mas nenhum deles com o encanto e a bondade de companheiros de brincadeiras como o boneco desta comovente história…
Este álbum sem palavras convida a reflectir sobre as relações intergeracionais: avós, filhos e netos cresceram em ‘mundos’ diferentes e sob circunstâncias de mudança. Os jogos de outrora, mais participativos, afectuosos e humildes, converteram-se em elementos que fomentam o individualismo, a competitividade e a violência. Quando a sua precária saúde leva o ancião desta narrativa a afastar-se da família, ele quer legar ao seu neto a recordação mais terna da sua infância. Mas a marioneta que desde criança o acompanhara e que ao longo de toda uma vida fora testemunha de excepção dos seus momentos mais felizes, agora -e nas mãos do seu neto- está relegada num canto esquecido.

(Fonte: Editora Kalandraka)


Álbum de banda desenhada composto exclusivamente por imagens, O Boneco narra a relação de proximidade, de afecto e de verdadeira cumplicidade entre um homem e um seu brinquedo de infância que o acompanhou durante toda a sua vida. Essa relação absolutamente especial é suficientemente forte para ultrapassar todas as barreiras colocadas entre ambos, incluindo a própria morte. Tendo em vista destinatários diversificados e plurais, este livro é também uma reflexão sobre a importância da dimensão lúdica e da imaginação na vida dos indivíduos, valorizando o brinquedo enquanto objecto que não é exclusivo da infância. As ilustrações, muito ricas, pormenorizadas e expressivas, não só relatam a história mas sublinham a sua dimensão emotiva e dão conta do espaço psicológico das personagens, retratando-as na sua individualidade.

(Fonte: Casa da Leitura)

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