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domingo, 3 de maio de 2009

A GUERRA NÃO É UM BRINQUEDO

Transmitir valores de respeito, pensar na solidariedade, construir uma escultura pela paz. Objectivos de "A guerra não é um brinquedo", uma iniciativa da Amnistia Internacional de Portugal.

A metodologia de trabalho está definida e pretende envolver a comunidade escolar do 1.º ciclo do Ensino Básico de todo o país. Reflectir sobre os diferentes rostos da violência. Escrever um parágrafo ou fazer um desenho sobre o que significa brincar. Explicar as palavras escritas ou as ilustrações feitas. Ler uma carta de sensibilização com os pais. Decidir se há ou não vontade de entregar um brinquedo bélico para a construção de uma escultura pela paz. "A guerra não é um brinquedo" é o nome de uma iniciativa da Amnistia Internacional de Portugal, no âmbito da campanha "Controlar as armas", que já anda no terreno.
(Fonte: Educare.pt)

Para inspirar o trabalho com os alunos, algumas sugestões:

Um barco no céu (Quentin Blake, editado pela Kalandraka)
Tematizando o humanismo e propondo o sonho de um mundo melhor, mais justo, mais livre e mais tolerante, Um barco no céu é um álbum que, de uma forma simples, reflecte sobre conceitos abstractos como a guerra, a injustiça, a opressão, a violência, a fome e dá conta do desejo das crianças de construírem um mundo melhor, alterando comportamentos e a relação entre os homens. Relatando uma viagem num extraordinário barco voador destinado a salvar aqueles que, pelo mundo fora, sofrem as consequências das acções terríveis do homem, o livro dá uma mensagem de esperança que resulta também do facto de, para a sua elaboração, o autor, um dos mais reconhecidos ilustradores e cartonistas britânicos, ter recebido a colaboração de muitas centenas de crianças cujo nome surge gravado nas guardas da publicação.


A Guerra (
Anaïs Vaugelade (ilustrador), Anaïs Vaugelade, editado pela Âmbar)
O álbum apresenta-se como uma narrativa de cariz antibelicista, tratando a temática da guerra de forma gen
érica. De forma metafórica, jogando com o simbolismo e a rivalidade entre as diferentes cores, reinos e indivíduos, o texto obriga a uma reflexão sobre a inutilidade da guerra e as suas consequências negativas na vida das pessoas. Papel decisivo na intriga é desempenhado por Fabiano, que, simultaneamente perseguido pelos Vermelhos (acusado da morte do seu príncipe Júlio) e expulso do Reino pelos azuis (acusado pelo pai de falta de vergonha), decide desafiar conjuntamente os dois exércitos inimigos em nome de um terceiro Rei (o dos amarelos). Os dois exércitos ameaçados decidem juntar forças e coligar-se, passando de inimigos a aliados, e aguardar Fabiano e as suas tropas, que nunca aparecem. Com o passar do tempo, os acampamentos dos soldados transformam-se numa única aldeia, simultaneamente azul e vermelha e as diferenças que os separavam, até do ponto de vista da cor, apagam-se progressivamente. Fabiano acaba por tornar-se rei dos amarelos e durante o seu reinado nunca houve qualquer guerra.

Ynari - A menina das cinco tranças (Ondjaki, Danuta Wojciechowska (ilustrador), editado pela Caminho)
Esta é uma história protagonizada por uma menina, como o título sugere, co-adjuvada por um homem pequenino que encontrou no capim alto, um amigo que transforma as armas em barro e que acaba por conduzir a heroína num percurso de descoberta do valor simultaneamente relativo e infinito das palavras. Propondo uma viagem até ao continente africano e um ingresso no seu espaço natural quente e colorido, pontuado de pequenas aldeias, de «peixes a saltar da água», de pássaros verdes e de palancas negras gigantes, Ynari, porque «cada um tem de descobrir a sua magia», percebe que é nas suas cinco tranças que se esconde a possibilidade de reordenar ou apaziguar pequenos mundos em conflito. Com as suas cinco tranças, Ynari visita cinco aldeias, aqui a representar simbolicamente os cinco continentes, oferece as suas cinco tranças e concretiza a palavra “permuta”, delidindo a violência (aí instalada pela ausência de ouvir, falar, ver, cheirar e sentir o sabor) e estabelecendo a paz. A trajectória maravilhosa de Ynari e do seu companheiro de pequena estatura perfaz, assim, um roteiro de ligação ao Outro e de participação na construção de um mundo melhor, linha ideotemática que sustenta toda a construção artística deste livro.
(Fonte: Casa da Leitura)

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